Évora é uma cidade onde o moderno e o medieval se confundem, uma
cidade com cores neutras entre o branco, cinza e gelo, com detalhes em amarelo
e um pouco de azul. Rodeada por muros medievais dando um charme todo especial
ao local.
É uma cidade histórica no coração do Alentejo, fundada pelo povo
romano, hoje tem aproximadamente 50 mil habitantes. Cercada de muralhas, com
algumas portas de entrada. O patrimônio histórico e artístico que hoje se
preserva na cidade resultou, em boa medida, dessa longa permanência da
monarquia portuguesa. O centro histórico de Évora é considerado Patrimônio
Cultural da Humanidade pela UNESCO desde 1986. A cidade é muito charmosa, com
prédios brancos, flores nas janelas, grades com sacadas, ruas estreitas.
Dentro das muralhas você encontrará ruas medievais, exuberantes
palácios, mosteiros e igrejas, alguns pontos turísticos nos levam a viajar no
tempo. O Templo Romano, muitos conhecem como de Diana, foi construído na
acrópole da cidade, uma relíquia do estilo coríntio, exemplo único no país, um
legado Romano na Península Ibérica do séc. I é como regressar ao passado e
idealizar épocas que ficaram para trás.
Considerada uma cidade universitária, vimos jovens desfilando pelas
ruas com seu lindo uniforme preto com capa preta, quase um Harry Potter.
A Sé Catedral, a Universidade de Évora, fundada em 1559, aqueduto da
água de prata, Igreja de São Francisco e a Capela dos Ossos entre tantos outros
pontos que devem ser visitados.
A experiência mais sinistra que presenciei é uma das maiores atrações
turísticas em Évora, a Capela dos Ossos, que faz parte da famosa Igreja de São
Francisco na praça 1º de Maio, construída no século
XVII, decorada com ossos retirados de um antigo cemitério. O objetivo é mostrar
aos visitantes a transitoriedade da vida, reforçada por uma mensagem já na
entrada. “NÓS OSSOS QUE AQUI ESTAMOS
PELOS VOSSOS ESPERAMOS”, parece meio lúgubre a mensagem, porém mais
verdadeira impossível, não é mesmo? É um local completamente diferente, calcula-se
que tenha mais de 5000 ossos (caveiras, vértebras, fêmures), dispostas em
paredes, teto, colunas e mesmo em seu exterior. Há ainda dois esqueletos
inteiros pendurados por correntes em uma das paredes, sendo um deles de uma
criança. Enquanto percorremos o local ainda é possível ler poemas escritos pelo
Padre Antonio da Ascensão Teles, que nos fazem refletir sobre caveiras e sobre a existência. É uma experiência de outro mundo, obrigatória para quem
visita esta cidade. É um momento de reflexão, logo substituído pelos
encantamentos dos lindos presépios do mundo todo que estavam em exposição
Para não ficar em muitas delongas e assim espairecer, nada como um bom
vinho! Afinal, vinho não foi feito para ser analisado e sim para ser
compreendido. Évora é referência do vinho alentejano. Visitamos a Fundação
Eugênio Almeida, produtor dos vinhos Cartuxa
e Pêra Manca. O local que hoje se encontra a vinícola era um convento
jesuíta do sec. XVI e está em poder da família desde o séc. XIX. É preciso
reservar para poder realizar a visita neste local, pegamos o período da vindima
(setembro). Os vinhedos são belíssimos e pudemos ver muitas oliveiras com
frutos.
Já saindo da cidade, pegando a estrada, nos arredores de Évora
avistamos as árvores de Sobreiro, que são da família do carvalho. Ao abrir uma
garrafa de vinho, nem imaginamos o longo caminho percorrido pela rolha de
cortiça, que vem da casca do Sobreiro.
Veja que curioso, desde que é plantada, o Sobreiro demora cerca de 25
anos para que sua casca atinja a espessura ideal para a produção de rolhas.
Após a primeira extração de sua casca, a cortiça só atinge novamente a
espessura propícia a cada 9 anos. A importância ecológica dessa árvore também é
surpreendente. Ela fornece cortiça, um produto renovável e a extração não
agride a natureza, proporciona também a regulação hidrológica, a proteção do
solo, a conservação da biodiversidade das áreas onde é cultivada e retira o
carbono da atmosfera (cerca de 14,7t de CO2 por ano). Ou seja, uma árvore
perfeita para nós, amantes do vinho. Vida longa aos Sobreiros!!
Como prometi, sempre vou deixar o nome do hotel que nos hospedamos, “Casa do Vale Hotel” um local simples,
com café da manhã muito bom, na beira da estrada, próximo a cidade, não dá para
fazer deslocamento a pé, necessita de carro. Restaurante na cidade, maravilhoso: VINHO E NOZ
Ruínas do Templo RomanoVinícola Cartuxa
Catedral dos Ossos
Igreja de São Francisco
Árvore de Sobreiro
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