segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Caminhos de Pedra / Bento Gonçalves RS

      
       O charme fica por conta da paisagem, das curvas da estrada, da arquitetura típica italiana, das “nonas” circulando com chapéu de palha, das carroças puxadas por bois, da igrejinha. Estou falando do interior de Bento Gonçalves, mais precisamente a colônia São Pedro que fica a 13 km do centro. O roteiro Caminhos de Pedra é um passeio muito interessante e imperdível.        Percorremos sete quilômetros de muita história, como se tivesse sido recortado de um livro de história do Rio Grande do Sul, passamos por 28 construções em pedra e madeira, que lembra muito um cenário da região Norte da Itália (de acordo com a pesquisa que fiz). Neste percurso encontramos moinhos, casas de massas, teares, erva-mate, além de cantinas, capelas, restaurantes.
É possível fazer uma visitação guiada pelos próprios donos das propriedades, eles contam a história de uma maneira tão delicada, que nos remete àquela segunda metade do século XIX. Na época o Brasil já era um país independente, porém o interior dos estados pouco explorados. Nesta época, segundo contam os próprios colonos, inicia um incentivo do governo para atração de imigrantes europeus, trazendo assim mão de obra e também para povoar regiões até então desabitadas.
Imagina só, estavam em uma Europa empobrecida, onde o trabalho estava escasso, as famílias acreditaram nas promessas de terras férteis, renda farta e conforto. Quando aqui chegaram eles recebem lotes de mata fechada, na encosta dos morros e nem de longe encontram a estrutura alardeada pela propaganda feita pelo governo. Ao chegarem percebem que precisam iniciar do zero. Com a madeira e as pedras que vão desbravando constroem as moradias, celeiros para os animais e assim vai se formando uma vila de colonos.
Lindas paisagens, gastronomia boa com produtos coloniais, vinhos artesanais, conservas, doces, sucos, geleias enfim, uma infinidade de produtos coloniais da região.

Hospede-se em um bom hotel de Bento Gonçalves ou se preferir busque a pousada do lugar, curta com calma este lindo passeio e não se esqueça de levar na mala uma foto à moda antiga.





quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Guarujá / SP e suas histórias...


Verão, calor, praia... O passeio de hoje é em uma praia.
Guarujá é a terceira maior ilha do litoral paulista. Surpreendi-me com as praias do litoral Sul de São Paulo. Água extremamente limpa, verde azulada, morníssima, com natureza preservada, segura com policiamento ostensivo onde a cada duas quadras havia três policiais. Lindo demais.
Para chegar a Guarujá pegamos a Rodovia dos Imigrantes, passamos por uma estrada linda. Pesquisei sobre esta estrada e descobri que é a principal via de acesso da cidade de São Paulo à Baixada Santista e ao litoral sul paulista. A Ecovias recebeu a concessão por um período de 20 anos para a operação e manutenção de todo o sistema Anchieta-Imigrantes em 1998. Interessante que para receber esta concessão eles deveriam construir a pista descendente da Rodovia dos Imigrantes. A pista foi inaugurada em 17/12/2002. Esta pista linda possui túneis ainda mais longos e viadutos mais modernos que os da pista ascendente. É preciso conhecer para saber do que estou falando.
Outra curiosidade, ambas as pistas da Imigrantes são reversíveis, quando o tráfego é muito intenso, isso ocorre em época de feriados prolongados tanto no sentido capital-litoral como litoral-capital.
A pista norte da Imigrante possui 11 túneis já a pista sul possui quatro, sendo dois deles os mais extensos túneis rodoviários brasileiros, o primeiro com 3.146m de extensão e o outro com 3.009m, eles são extensos assim devido ao impacto ambiental sobre a Serra do Mar ser mínimo. Ao todo, são 44 viadutos, sete pontes e 14 túneis.
A cidade de Guarujá foi visitada pela primeira vez em 1502 por exploradores portugueses, contudo devido a sua topografia ficou abandonada por mais de 300 anos. Com o tempo foi se formando um povoado que vivia da extração de óleo de baleia, pesca e de engenhos de açúcar, como atividade econômica. Então, por um decreto imperial de 1832, Guarujá passou a condição de Vila. Em 1893 promovida a Vila Balneária de Guarujá. Para isso foram encomendados dos Estados Unidos um hotel, uma igreja, um cassino e 46 chalés desmontáveis. Além de receber serviços de água, esgoto e luz elétrica. Em 1934 recebeu o título de Estância Balneária e em 1947 passou a ser considerada município devido ao seu crescimento. Na década de 70 Guarujá foi reconhecida internacionalmente e recebeu o título de “Pérola do Atlântico” devido as suas belas praias e belezas naturais.
Fiquei hospedada na Praia das Pitangueiras, uma linda praia com água em tom verde-azulado, junto ao morro do Maluf, onde também tem o calçadão com restaurantes e bares. No extremo oeste da praia fica o edifício “Sobre as Ondas”, quando a maré está alta a água chega a bater até sua base.
Inicialmente o local era chamado de praia das Laranjeiras, devido a uma antiga moradora D. Maria Malta, cultivar laranjeiras. Mas tarde, por conta de pragas, a lavoura foi destruída e a proprietária passou a plantar pitangueiras, daí seu nome atual. A história da ilha começou nessa praia central do Guarujá. No início do século 20, o Grande Hotel La Plage, com arquitetura inspirada nos modelos europeus, foi uma das primeiras construções da cidade, nele havia um cassino que era muito frequentado pela alta sociedade da época, inclusive o visitante mais ilustre foi Santos Dumont.
Além da Praia das Pitangueiras, tem mais 26 praias, algumas como: Guaiúba, Tombo, Astúrias, Enseada, Pernambuco, que possui uma vista privilegiada para a Ilha dos Arvoredos (com visitas rigorosamente controladas), Mar Casado, Perequê, e tantas outras lindas, muitas delas consideradas excelentes para a prática de surf e outros esportes náuticos.

Sinceramente, vale a visita. Amei!