quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Nazaré VII


    

     Esta pequena vila litorânea fica no distrito de Leiria, a 120 km de Lisboa, famosa por suas ondas gigantes, por suas lendas e por suas vestes típicas de nazarenas. O nome Nazaré foi dado em homenagem à santa Nossa Senhora de Nazaré.
     Esta cidade virou atrativo muito importante, pois fica em uma região de uma grande riqueza histórica e patrimonial, sendo uma vila fantástica para passar as férias e conhecer um pouco mais de suas tradições. Conta com aproximadamente 10.000 habitantes, muito hospitaleiros que celebra suas tradições.
     O sítio de Nazaré é um dos principais bairros, onde a história da cidade começou. Ele fica no alto da montanha e é um local onde prevalece a peregrinação e culto, já que foi lá que a Nossa Senhora de Nazaré apareceu, segundo a lenda. O acesso até o topo do sítio se dá de carro ou a pé, através de uma escada. um bondinho também faz este trajeto. Outro ponto turístico é o Miradouro do Suberco, o forte de São Miguel Arcanjo e a Praia do Norte (onde se dão as maiores ondas e se realizam campeonatos de surf, inclusive muito noticiado há alguns dias atrás).
     O forte de São Miguel fica localizado perto da praia do Norte e é onde fica o famoso Farol de Nazaré, que garante fotos incríveis com formação das ondas, dando uma ilusão de ótica muito legal, pois parece que a onda está ali perto e enorme. O forte foi erguido para servir de proteção dos ataques de piratas argelinos, marroquinos e normandos. As muralhas atuais foram construídas por cima de outro forte que datava de 1577. As modificações, como a porta de entrada, foram introduzidas por D. João IV.
     Foi na praia do Norte que o surfista havaiano Garrett McNamara bateu o recorde mundial (Guiness Book) da maior onda já surfada, de 30 m de altura em 2011. Isso graças ao “Canhão da Nazaré”, um fenômeno geomorfológico submarino que permite a formação de ondas gigantes e perfeitas. Trata-se do maior desfiladeiro submerso da Europa, com cerca de 170 m ao longo da costa que chega a ter 5000m de profundidade. Essas ondas costumam se formar no inverno.
     Virados para o mar, do lado direito, é onde vemos a parte mais alta, uma das mais conhecidas panorâmicas da costa portuguesa. São 318 metros de rocha a cair a pique até o mar. Pode-se chegar a pé, para os mais corajosos ou de ascensor ou funicular que tem mais de 100 anos e originalmente funcionava a vapor. Cada viagem custa 1,20 €, o trajeto leva em torno de 15 minutos.
     Nossa visita a esta praia foi muito rápida, pudemos ter uma idéia da dimensão dos paredões e de sua praia muito azul e suas ondas maravilhosas.
     Antes de seguir viagem, uma pausa para o lanche. Imperdível a sorveteria Gelatomania, com um waffel crocantíssimo e sorvete de creme.           
     Acredito que foi o melhor lanche que fiz em toda a viagem!
     Havaianas guardadas é hora de seguir viagem. Próximo destino Óbidos!






segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Coimbra VI



Malas no carro, o destino agora é Coimbra!
Foi à capital de Portugal antes de Lisboa, no período de 1139 a 1255 e por isso ainda conserva ares medievais. A cidade fica em uma colina às margens do rio e nela está o primeiro Panteão Nacional, o Mosteiro de Santa Cruz. Panteão é um templo dedicado ao conjunto dos deuses, entre os antigos gregos e romanos. Atualmente o termo é designado para um mausoléu que abriga os restos mortais de diversas pessoas notáveis.
Conhecida mundialmente pela Universidade de Coimbra, uma das primeiras universidades européia fundada por D. Diniz em 1290. Cartão postal e também a principal atração da cidade. Localizada no topo do morro onde fica o centro histórico, pode ser vista praticamente de qualquer ponto da cidade. É uma cidade importante para a história de Portugal, tanto histórico como educacional e como todas as belas cidades do mundo, Coimbra tem um rio que cruza seu território. O Mondego é o quinto maior de Portugal.
Um passeio pelas redondezas da universidade garante estar em um local que já foi tomado no passado por diversas populações, como povos indígenas, romanos, muçulmanos e foi o castelo dos principais reis de Portugal durante a época em que Coimbra era a capital do país.
Cidade de ruas estreitas, pátios, escadinhas, arcos medievais, foi o berço de nascimento de seis reis de Portugal da Primeira Dinastia. Hoje são cheios de repúblicas centenárias, recheadas de estudantes do mundo todo.
Quando fizemos a visita era um dia com bastante cerração, parecia um dia típico de inverno, chuvinha leve, mas a paisagem bucólica não tirou o brilho do lugar. Ficamos poucas horas na cidade, o suficiente para dar aquele gostinho de quero mais, quem sabe voltar em outra oportunidade.
“Uma história de amor torna-se grande pelas lendas que a mantêm viva”. É isso que ocorre num local chamado Quinta das Lágrimas, onde no século XIV, aconteceu em Portugal, uma clássica história de Romeu e Julieta lusitano.
Pedro era filho do rei de Portugal, herdeiro do trono e Inês era aia que veio acompanhando a princesa espanhola D. Constança, futura esposa de Pedro. Os dois acabaram se apaixonando e se encontravam as escondidas nos jardins desta quinta, onde Pedro foi morar com Inês, após a morte de sua esposa, causando um grande escândalo na corte.
Juntos tiveram quatro filhos, o que só agravava a situação política e o desagrado popular. Foi durante uma viagem de D. Pedro I, para caçar, que o assassinato aconteceu. O rei D. Afonso IV envia a ordem para que executem Inês de Castro, ela foi degolada.
Reza a lenda que foram as lágrimas derramadas por Inês durante a sua morte que deram origem à Fonte dos Amores (1326), localizada nos fundos da quinta e a Fonte das Lágrimas (1580), diz à lenda que o sangue de Inês morta teria deixado manchas de algas avermelhadas na rocha, visível ainda hoje.
A revolta de Pedro foi tão grande que ele mandou desenterrar o corpo da amada e a coroou, mesmo morta.
O cenário deste grande amor, hoje abriga um luxuoso hotel, onde é possível visitar os belíssimos jardins que reúnem espécies do mundo todo.
Outro local aprazível e belíssimo de visitar é o Jardim Botânico da Universidade de Coimbra, criado em 1772, considerado Patrimônio da Humanidade da UNESCO, possui mais de 13,5 hectares em terrenos doados pelos frades Beneditinos. Distribuídos por vários patamares, escadaria e avenidas, é um dos jardins botânicos mais conceituados a nível mundial, permitindo uma viagem aos quatro cantos da Terra, devido à diversidade de plantas que possui.
Próximo ao local está o Aqueduto de Sao Sebastião, também chamado Arcos do Jardim. Ele remonta à época romana, quando esse primitivo aqueduto abastecia a parte alta da povoação. Foi reestruturado no século VXI e hoje é um monumento nacional. Em frente foi erguida uma estátua do papa João Paulo II quando em sua visita a Coimbra, ambos na freguesia de Almedina.
Próxima parada! Nazaré!










terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Porto V




Novamente na estrada, agora o destino é a cidade do Porto. Logo na chegada já dá para perceber a beleza da cidade, um entardecer glorioso. Aliás, os dias aqui na Europa tem sido muito ensolarados, dias maravilhosos e temperaturas agradabilíssimas.
Porto é a segunda cidade e o quarto município mais populoso de Portugal, situada no noroeste do país, conhecida mundialmente por seus vinhos, suas pontes e arquitetura contemporânea e antiga. Seu centro histórico classificado como Patrimônio Mundial pela UNESCO, pela qualidade dos seus restaurantes e pela sua gastronomia. A Universidade do Porto, pública, colocada entre as 200 melhores universidades do Mundo e entre as melhores universidades da Europa, bem como pela qualidade dos centros hospitalares. Isso já diz tudo!
Povo alegre, gente jovem circulando pelas ruas, muitos universitários com seus uniformes pretos e capas esvoaçantes se movimentam em grupos de dia e de noite. No dia que estávamos lá, era o retorno das aulas, muitos grupos participavam do “trote”, ou seja, novos calouros ingressando nas universidades.
Porto é um local a ser percorrido a pé, sem pressa, descobrir cada cantinho em suas ruas estreitas, de pedras irregulares e muito movimentadas, almoçar em um restaurante a beira da calçada, ou tomar um café em várias cafeterias espalhadas.
A Estação de São Bento, próxima ao nosso Hotel, é de uma beleza indescritível, considerada uma das estações mais bonitas da Europa. Ao entrar já é possível perceber a decoração formada por azulejos na cor azul, típicos de Portugal e com uma arquitetura magnífica, influência francesa. Os primeiros serviços prestados começaram em 1896, mas somente em 1916 foi oficialmente inaugurada. Está localizada próxima a Av. dos Aliados, bem próximo do nosso Hotel. A iluminação da estação à noite, dá um toque especial ao cenário.
Pouco mais a frente em direção a Ponte D. Luís I, ao lado direito fica a Sé do Porto, de arquitetura romano-gótica, do séc. XII e XIII, tendo sofrido grandes remodelações no período barroco (séc. XVII e XVIII), a vista é linda, é possível ver o Rio Douro, os casarios com seus telhados vermelhos, e a outra margem.
Depois de visitar a Sé, é possível descer por escadinhas e ruas medievais até a Ribeira, com recantos pitorescos, restaurantes com mesas nas calçadas, chegando à ponte D. Luís I. Esta ponte foi construída sobre o Rio Douro entre 1881 e 1888, liga às cidades do Porto e de Vila Nova de Gaia, foi projetada pelo engenheiro belga Théophile Seyrig. A parte superior foi inaugurada em 1886 e a inferior em 1888, sendo respectivamente utilizada atualmente para passagem do metrô e de veículos. Deste local é possível ver um belíssimo por do sol.
Passando a ponte você chegará a Vila Nova de Gaia, fui surpreendida com o tamanho e a beleza da cidade, ela faz parte da região metropolitana do Porto, localizada na margem sul da Foz do Rio Douro, bem em frente à Ribeira. Deste local é possível ver uma das mais bonitas vistas sobre o Porto, e ainda visitar as caves do vinho do Porto, e prová-los nas próprias adegas. Surpreenda-se com um passeio de teleférico ou escolha um restaurante ao longo do calçadão, sem pressa. Delicie-se com a ótima gastronomia acompanhada pelos excelentes vinhos do Douro, ou pelo fresco vinho verde característico da região.  De dia ou à noite o local é muito agradável, seguro e a vista... uma recompensa!
A Avenida dos Aliados, é a principal avenida da cidade e o centro de Porto, chama atenção o amplo espaço da praça, com um imponente conjunto arquitetônico, um dos locais mais visitados pelos turistas. Importante para os portugueses que fazem dela a “sala de visitas” da cidade onde importantes eventos ocorrem.
Em um dos extremos está localizado o imponente edifício palaciano da câmara do Porto com uma torre de 70 m de altura, símbolo do poder da cidade. No outro extremo está o hotel Intercontinental Porto – Palácio das Cardosas, tendo junto a este a Praça da Liberdade com a estátua do rei de Portugal e Imperador do Brasil, Pedro IV a cavalo, escultura inaugurada em 1866. E ainda, o edifício da antiga companhia de seguros “A Nacional”, o Novo Banco e o histórico Café Guarany fundado em 1933 e tem esse nome em alusão ao Brasil do séc. XX.
Em Porto existe o Red Bus e o Yellow Bus, os tours oficiais. Fazendo estes passeios você consegue ter uma noção dos pontos turísticos e a sua localização. Depois é fácil, voltar aos pontos desejados. Nós optamos pela Red Bus, que percorre duas linhas, 24 horas, por 20 por pessoa.  Passa por praticamente todos os pontos turísticos podendo descer e subir em paradas identificadas. Tudo é muito lindo! Azujelos ricamente pintados, varandas floridas, prédios históricos. Alguns pontos devem ser visitados com certeza.
Torre dos Clérigos faz parte da estrutura da Igreja dos Clérigos, sendo considerado um dos principais pontos turísticos devido à vista privilegiada da cidade. Construída entre 1754 e 1763 ainda mantém um detalhe importante, seus degraus, que são realizados a pé (não possui elevador).
Café Majestic inaugurado em 1921, é outro ponto muito visitado, pois o que seria da Rua Santa Catarina sem este local? Ele dá um toque especial à região, sempre lotado e outras tantas pessoas aguardando para entrar, não é para menos, ele foi premiado com o Top 10 Mais Belos Cafés do Mundo. O local conta a história do Porto e mantém viva as memórias da época, trazendo uma decoração de art nouveau para a região.
A Ribeira, localizada às margens do Rio Douro e bem no centro histórico da cidade, foi considerada Patrimônio Histórico pela UNESCO e, por manter ligação comercial através do rio, proporcionou o crescimento e desenvolvimento da cidade. Ao longo você encontrará diversos restaurantes e pontos turísticos. É possível avistar o Mosteiro da Serra do Pilar, e a noite as luzes dão um toque especial à paisagem.
O Rio Douro, nasce na serra de Urbión, no norte da Espanha, a cerca de 2000 m de altitude. É o segundo maior rio de Portugal com um comprimento total de 927km, e em território português, este rio tem apenas 210 km de comprimento sendo navegável ao longo de todo esse percurso. Ele atravessa a região norte de Portugal e sua Foz fica junto às cidades do Porto e de Vila Nova de Gaia, encontrando o Oceano Atlântico em meio a uma paisagem exuberante.
Pombas e humanos dividem muitos espaços, é preciso ter muito cuidado onde sentar para comer. Geralmente as mesas dos restaurantes estão na calçada, restos de comida sempre estão pelo chão. Em alguns locais vi pombas voando sobre as mesas, mesmo com as pessoas por perto. Não havia visto algo tão inusitado.
A cidade oferece de tudo para todos os tipos de pessoas. Há a parte antiga e outra nova. Há parques, praias, castelos, histórias, tecnologia, monumentos, azulejos, varandas floridas, ruas de comércio, bons restaurantes, enfim muita coisa a ser explorada.
Dicas: não há necessidade de comprar ingressos antecipados para os tours de bus, no caso de Porto, o valor foi bem mais barato do que anunciado nos sites. Nosso hotel muito bem localizado, próximo a muitos pontos turísticos. Hotel Aliados junto ao famoso Café Guarany.

Fiquei um tempinho sem escrever por motivos tecnológicos: meu notebook novinho estragou. Agora, retomando.







domingo, 22 de dezembro de 2019

Aveiro IV




Aveiro uma simpática, charmosa, e convidativa cidade que se localiza em uma ria, que é uma entrada costeira formada pela submersão parcial de um vale de rio, conhecida carinhosamente como “Veneza portuguesa”.
Para conhecer a cidade é melhor se locomover a pé então, é preciso deixar o carro estacionado. Pode deixar na rua, que é muito sossegado ou então em estacionamentos cobertos, ambos pagos.
Aveiro sempre esteve ligada ao comércio do mar, à pesca e a produção de sal, tornando-se uma cidade rica no século XV, porém a prosperidade foi interrompida em 1575, quando uma forte tempestade obstou a ligação da cidade com o mar, criando uma lagoa salubre no local, impossibilitando o acesso para os barcos. Até mesmo a população entrou em declínio e muitas doenças surgiram em decorrência da água parada.
Séculos depois foi possível a reabertura da ligação de Aveiro com o mar, porém a prosperidade da cidade nunca mais foi à mesma. Hoje é uma pequena e pacata cidade com menos de 100 mil habitantes, o turismo movimenta a economia local recebendo milhares de pessoas que desejam conhecer sua gastronomia, sua arquitetura e a ria que corta a cidade, por onde navegam os moliceiros, barcos típicos que no passado carregavam o moliço (espécie de alga utilizada como adubo na agricultura).
O passeio de moliceiro é apenas contemplativo, eles lembram as gôndolas de Veneza, são maiores e motorizados, percorrem os canais da ria. O passeio dura em média 45 minutos, é possível ver a arquitetura das casas, coloridas, bonitos exemplares das construções art nouveau do início do século XX, chegando até as salinas.
Aveiro também é sinônimo de uma das maiores delícias da doçaria convenial portuguesa. Foram criados em seus conventos os famosos ovos moles, um creme aveludado de gemas e açúcar. Este poderá ser o “grand finale” antes de deixar a cidade!
Próxima parada: Porto










sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Fátima III




Depois de percorrer alguns quilômetros e muitos pedágios, chegamos à cidade de Fátima. Nossa Senhora de Fátima é a padroeira de Portugal, uma das figuras mais simbólicas da religião católica, pois foi ela que apareceu em 1917 aos três pastorinhos. Este local é um dos maiores lugares de peregrinação católica da Europa, com uma média de 6 milhões de visitas anualmente.
Havia no momento da nossa chegada, poucos romeiros, peregrinos, dando a impressão exata da grandiosidade do local. A nossa chegada foi pelo lado da Capelinha das Aparições, um espaço construído em homenagem à Virgem Maria e recebe visitas o ano todo. As pessoas fazem orações, promessas, bem como participam das missas que são celebradas em vários horários do dia, ao lado há um local dedicado a queima de velas, olhando a esquerda é possível ver a Basílica da Nossa Senhora de Fátima e a nossa direita a Basílica da Santíssima Trindade.
Ao iniciar a caminhada pelo local já é possível perceber a energia boa que envolve o local.
A Basílica da Santíssima Trindade foi inaugurada em 2007, em parte substituiu a Basílica de Nossa Senhora de Fátima por não dar conta de receber tantos fieis.
Construída em 1953 a Basílica de Nossa Senhora de Fátima, me surpreendeu por não ter todo aquele luxo das igrejas que visitei anteriormente, sua simplicidade demonstra a importância do local, é simplesmente belíssima. Neste local estão enterrados os três pastorinhos, Lúcia, Francisco e Jacinta e é possível assistir as missas que são rezadas ao longo do dia e em diversos idiomas.
O sino da Basílica tocou pontualmente ao meio dia, com 12 badaladas firmes e após estas badaladas se transformaram em uma música.
A visita vale a pena pela arquitetura, pela energia e pela história. Um local eminentemente de orações







quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Évora - II


     


     Évora é uma cidade onde o moderno e o medieval se confundem, uma cidade com cores neutras entre o branco, cinza e gelo, com detalhes em amarelo e um pouco de azul. Rodeada por muros medievais dando um charme todo especial ao local.
     É uma cidade histórica no coração do Alentejo, fundada pelo povo romano, hoje tem aproximadamente 50 mil habitantes. Cercada de muralhas, com algumas portas de entrada. O patrimônio histórico e artístico que hoje se preserva na cidade resultou, em boa medida, dessa longa permanência da monarquia portuguesa. O centro histórico de Évora é considerado Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO desde 1986. A cidade é muito charmosa, com prédios brancos, flores nas janelas, grades com sacadas, ruas estreitas.
Dentro das muralhas você encontrará ruas medievais, exuberantes palácios, mosteiros e igrejas, alguns pontos turísticos nos levam a viajar no tempo. O Templo Romano, muitos conhecem como de Diana, foi construído na acrópole da cidade, uma relíquia do estilo coríntio, exemplo único no país, um legado Romano na Península Ibérica do séc. I é como regressar ao passado e idealizar épocas que ficaram para trás.
     Considerada uma cidade universitária, vimos jovens desfilando pelas ruas com seu lindo uniforme preto com capa preta, quase um Harry Potter.
     A Sé Catedral, a Universidade de Évora, fundada em 1559, aqueduto da água de prata, Igreja de São Francisco e a Capela dos Ossos entre tantos outros pontos que devem ser visitados.
     A experiência mais sinistra que presenciei é uma das maiores atrações turísticas em Évora, a Capela dos Ossos, que faz parte da famosa Igreja de São Francisco  na praça 1º de Maio, construída no século XVII, decorada com ossos retirados de um antigo cemitério. O objetivo é mostrar aos visitantes a transitoriedade da vida, reforçada por uma mensagem já na entrada. “NÓS OSSOS QUE AQUI ESTAMOS PELOS VOSSOS ESPERAMOS”, parece meio lúgubre a mensagem, porém mais verdadeira impossível, não é mesmo? É um local completamente diferente, calcula-se que tenha mais de 5000 ossos (caveiras, vértebras, fêmures), dispostas em paredes, teto, colunas e mesmo em seu exterior. Há ainda dois esqueletos inteiros pendurados por correntes em uma das paredes, sendo um deles de uma criança. Enquanto percorremos o local ainda é possível ler poemas escritos pelo Padre Antonio da Ascensão Teles, que nos fazem refletir sobre caveiras e sobre a existência. É uma experiência de outro mundo, obrigatória para quem visita esta cidade. É um momento de reflexão, logo substituído pelos encantamentos dos lindos presépios do mundo todo que estavam em exposição
     Para não ficar em muitas delongas e assim espairecer, nada como um bom vinho! Afinal, vinho não foi feito para ser analisado e sim para ser compreendido. Évora é referência do vinho alentejano. Visitamos a Fundação Eugênio Almeida, produtor dos vinhos Cartuxa e Pêra Manca. O local que hoje se encontra a vinícola era um convento jesuíta do sec. XVI e está em poder da família desde o séc. XIX. É preciso reservar para poder realizar a visita neste local, pegamos o período da vindima (setembro). Os vinhedos são belíssimos e pudemos ver muitas oliveiras com frutos.
     Já saindo da cidade, pegando a estrada, nos arredores de Évora avistamos as árvores de Sobreiro, que são da família do carvalho. Ao abrir uma garrafa de vinho, nem imaginamos o longo caminho percorrido pela rolha de cortiça, que vem da casca do Sobreiro.
     Veja que curioso, desde que é plantada, o Sobreiro demora cerca de 25 anos para que sua casca atinja a espessura ideal para a produção de rolhas. Após a primeira extração de sua casca, a cortiça só atinge novamente a espessura propícia a cada 9 anos. A importância ecológica dessa árvore também é surpreendente. Ela fornece cortiça, um produto renovável e a extração não agride a natureza, proporciona também a regulação hidrológica, a proteção do solo, a conservação da biodiversidade das áreas onde é cultivada e retira o carbono da atmosfera (cerca de 14,7t de CO2 por ano). Ou seja, uma árvore perfeita para nós, amantes do vinho. Vida longa aos Sobreiros!!

Como prometi, sempre vou deixar o nome do hotel que nos hospedamos, “Casa do Vale Hotel” um local simples, com café da manhã muito bom, na beira da estrada, próximo a cidade, não dá para fazer deslocamento a pé, necessita de carro. Restaurante na cidade, maravilhoso: VINHO E NOZ
 Ruínas do Templo Romano
 Vinícola Cartuxa

 Catedral dos Ossos

 Igreja de São Francisco
Árvore de Sobreiro

domingo, 8 de dezembro de 2019

Europa Maravilhosa


          

       Cada vez que penso em fazer uma viagem busco várias informações, seja com amigos, blog, internet, instagram e assim, vou montando meu roteiro, pesquisando, me estressando, horas a fio na frente do computador. Posso dizer para você que nem tudo que está escrito nos blogs é exatamente como eles contam, até porque a experiência de cada um também conta. Muitos desses blogs são patrocinados por algumas empresas, então eles nos levam a acreditar que a experiência deles é quase que uma cartilha a ser seguida. Confesso que alguns textos me deixaram um tanto preocupada e tensa do que eu iria encontrar lá fora. Se você está lendo este texto é porque gosta de viajar. Siga em frente tenho algumas boas dicas.
         Eu escrevo porque gosto, para deixar registrados os lugares que passei as experiências boas e ruins, o que eu faria diferente numa próxima viagem e dar dicas para quem pretende visitar os lugares que passei. Assim, penso que estou contribuindo para que a sua viagem seja tão maravilhosa como a minha.
         O roteiro escolhido foi Portugal e Espanha (sempre tive um sonho de conhecer a Espanha, me encanta a língua espanhola). Os locais visitados qualquer um pode perfeitamente entrar na internet e pesquisar no Google, porém aqui eu conto sob a minha ótica, meus locais favoritos, as minhas dicas sobre tudo que vivi nestes 20 dias encantadores ao lado do meu grande parceiro de viagem, meu marido!
         Dessa forma começarei pelo país lindo, encantador, misterioso com tantas histórias para contar e que muito tem a ver com os brasileiros. As cidades que visitei foram: Évora, Fátima, Aveiro, Porto, Coimbra, Nazaré, Óbidos, Sintra, Lisboa, Cascais, Madri, Barcelona, Toledo.
Enquanto estava no avião pensava: mais ou menos 10 horas separam Portugal do Brasil. Lembrei do D. João VI que veio com suas naus cheias de portugueses, cada um com seus sonhos e esperanças. Quantos dias viajaram. Se de avião já é desconfortável imagina as naus. Está certo estavam fugindo? Mas também não dá para tirar o mérito destes corajosos desbravadores saindo do seu país para fixar residência num país estranho e primitivo.
O fuso horário é de 4 horas, em relação a Brasília. Na imigração nada foi perguntado ou pedido, apenas um caloroso bem vindo!
Ao desembarcar no aeroporto de Lisboa compramos um chip “Vodafone” para falar por 30 dias, por 20 €, uma fila quilométrica, pois todos utilizam esta empresa local, que nos atendeu perfeitamente em toda viagem, inclusive na Espanha, nada de trazer chip do Brasil, pagar roaming.
Já tínhamos uma reserva para aluguel de carro, lembre de pedir o passe automático nos pedágios (e são muitos), não alugue GPS, nossa empresa foi Guerin, sangue frio na hora do seguro, porque há um pouco de pressão por parte do vendedor. Fizemos o seguro intermediário, é melhor fazer do que ser surpreendido por um sinistro qualquer.
Meio zonza, cansada, GPS do próprio celular acionado, com um trânsito infernal saímos do aeroporto rumo a Évora, 135 km de Lisboa, com pedágios na média de 9,65 €.
Então... próximo destino ÉVORA!